Nos primeiros dias de aula passamos pelos primeiros sustos do baque na janela. Não foi muito difícil descobrirmos o que acontecera. E, ainda hoje encontramos passarinhos feridos, os quais, aprendemos a reanimar em nossa sala mesmo, com água, recebendo em troca a recompensa de uma enérgica bicada e seu lindo voo em retorno a natureza.
Curiosos descobrimos, em nossas conversas na escola e por testemunho próprio, que os acidentes eram frequentes, muitos resultando até em morte. Preocupados com os acidentes dos passarinhos o grupo turma discutiu suas hipóteses para as causas do problema propondo soluções para ele.
A partir dessas hipóteses fomos pesquisar e descobrimos que:
Os vidros refletem as árvores e o sítio que faz limites com a nossa escola, enganando os passarinhos. Eles pensam que a imagem é a continuação de sua área de voo e acabam se chocando contra os vidros da nossa sala. E isso não acontece apenas em nosso ambiente escolar. Qualquer prédio envidraçado pode refletir outras imagens bem conhecidas dos pássaros: céu, sacadas, árvores de rua e até paradas de ônibus.
Não existe estimativa no Brasil sobre a quantidade de aves acidentadas contra prédios e outros obstáculos impostos pelo homem. E, além dos prédios, o voo dos pássaros também é interrompido pelas altíssimas torres de televisão ou de celular e pela fiação elétrica que corta as cidades. Mas os campeões são mesmo os edifícios envidraçados.
A maioria dos pássaros voa à noite, guiada pela lua e pelas estrelas, numa altura de 150 a 600 metros. As luzes dos prédios que ficam acesas durante a noite confundem os pássaros, assim como as luzes das torres. Durante o dia a confusão se dá pelo reflexo nos vidros. Quando estes são transparentes, muitos pássaros voam na direção de plantas decorativas dentro de escritórios. Em dias de tempo ruim e baixa visibilidade, as chances de colisão aumentam, pois eles ficam confusos com a luz artificial dos prédios e cegos pela neblina.
Nossa realidade propiciou o debate em torno de soluções para garantir aos pássaros um voo seguro, como a utilização de vidros com pontos, listras ou decalques que chamem a atenção, persianas de concreto na fachada (brise-soleil ou quebra-sol) e a adoção de vidros opacos ou translúcidos. Todas fora da nossa realidade sócio – econômica.
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